Eu, como pessoa branca, assumi a responsabilidade de lutar para não reproduzir o pacto da branquitude. Não sou perfeito, não sei de tudo e nem sempre acerto, depois de muito refletir, compreendi que, mesmo com todas as violências e abusos que vivi desde a infância, a cor da minha pele me permitiu escolher caminhos e acessar oportunidades que garantiram minha sobrevivência — e, mais que isso, me deram a chance de transformar meu destino por meio da arte.
Entendi que é uma questão de caráter romper com a lógica racista que estrutura nossa sociedade. Na minha vida, escolhi me aprofundar na cultura negra, porque precisamos questionar, com seriedade, a referência eurocentrada que nos é enfiada goela abaixo desde que nascemos.
Ser aliado vai muito além de repetir discursos prontos. É agir com urgência e responsabilidade a partir do que já se sabe — e continuar estudando, ouvindo, aprendendo a reconhecer, identificar e recusar os próprios privilégios e entendendo a responsabilidade que temos.